Você alguma vez já fez ou recomendou uma análise foliar?
Se já, conseguiu interpretar adequadamente?
Deu resultado?
Voltou a fazer?
A Diagnose Foliar é uma rotina no seu sistema de administração da empresa rural?
Essas perguntas são a razão pela qual consultores, agricultores e pecuaristas, muitas vezes, não utilizam essa ferramenta fantástica que é a análise de tecido vegetal, mais conhecida como análise foliar.
Seja por dificuldade de interpretar, seja por ter tido alguma experiência frustrante pelo uso inadequado, ou simplesmente por não conhecer a ferramenta, o estado nutricional das lavouras geralmente não é monitorado adequadamente, principalmente em se tratando de culturas anuais, e o manejo da fertilidade do solo e da nutrição das plantas acaba caindo nas garras do empirismo.
Ora, na medicina não se fornece diagnóstico algum sem antes o médico solicitar uma série de exames ao paciente. Na agricultura não deveria ser diferente! A planta é um ser vivo da mesma forma, e pior: não fala!
Pensando em solo, a principal função dos extratores químicos utilizados pelos laboratórios é simular as plantas e revelar qual a concentração dos nutrientes que se encontra biodisponível, ou seja, passível de absorção. Com base nisso, é praxe que se calcule as correções e adubações. São freqüentes também os questionamentos quanto à efetividade dos extratores em revelar a real condição da disponibilidade dos nutrientes no solo.
Agora pense comigo: se a função dos extratores químicos é simular o poder de absorção das plantas, não seria a própria planta o melhor “extrator químico” do mundo?
Pois é isso mesmo! Elas são o melhor extrator químico do mundo! Na análise foliar não existe simulação de absorção; o que ela revelar, é o que está dentro da planta e pronto! Daí pra frente é só uma questão de interpretar.
Para a interpretação, existem alguns métodos, porém acredito que 2 deles, utilizados de maneira conjunta, podem resolver muitos problemas e responder muitas dúvidas acerca da nutrição das culturas. São eles a Faixa de Suficiência e o DRIS.
A Faixa de Suficiência é a forma tradicional de interpretar uma análise foliar, cujos valores ótimos de cada nutriente para uma grande diversidade de culturas o pai da nutrição de plantas no Brasil – Prof. Dr. Eurípedes Malavolta – se encarregou de estabelecer. Esses valores nada mais são do que as concentrações ótimas de cada nutriente no tecido analisado, sendo os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) expressos em g/kg, e os micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn) expressos em mg/kg. É justamente nesse quesito que esse método encontra sua limitação: as concentrações dos nutrientes variam conforme a idade das plantas. E mais: variam com a quantidade de matéria seca, originando o que classicamente se conhece por Efeito de Diluição.
E é justamente aqui que entra uma grande vantagem do DRIS.
O DRIS, cuja sigla vem do inglês Diagnosis and Recommendation Integrated System, ou Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação, é um método matemático desenvolvido em 1973 por Beaufils, e modificado por alguns pesquisadores, como Jones, em 1981, e Hallmark um pouco mais tarde.
Essa ferramenta, ao invés de considerar os teores dos nutrientes isoladamente, considera a relação entre eles dois a dois. Ou seja, estamos falando aqui de equilíbrio nutricional, ou balanço nutricional.
Lembrando do Barril de Liebig – ou Lei do Mínimo –, os teores dos nutrientes apresentados numa análise foliar não nos permitem afirmar com clareza qual é o elemento limitante naquele momento. Sabemos apenas quais estão abaixo do ideal, acima do ideal ou dentro da faixa ideal. Isso, entretanto, é possível pelo uso do DRIS. Com esse método, cada nutriente adquire um índice, o chamado Índice DRIS do nutriente X. Esse índice vai indicar o desvio do teor desse nutriente em relação aos outros e em relação a um banco de dados de altas produtividades.
Como o DRIS considera o balanço entre os nutrientes, sua interpretação não é influenciada pela idade das plantas, pois a relação entre os nutrientes praticamente não muda durante o ciclo das culturas. Isso não significa que seja simples, pois equilíbrio por si só é um fenômeno complexo. Pense por exemplo se uma análise foliar mostra um Índice DRIS de Zn muito baixo, ao mesmo tempo que um Índice DRIS de P muito alto. É o excesso de P que está causando o desequilíbrio de Zn ou a carência de Zn que está levando a uma absorção excessiva de P?
Além disso, o DRIS fornece o Índice de Matéria Seca (IMS), que possibilita avaliar se os nutrientes estão mais concentrados ou mais diluídos do que deveriam, eventualmente indicando, inclusive, se o problema não for de ordem nutricional.
Pensando nisso, quais seriam as épocas recomendadas para se fazer a diagnose foliar?
De maneira geral, é indicado fazer o máximo de amostragens possível, pois o monitoramento é atividade de suma importância quando se almejam resultados rápidos e consistentes.
Em culturas anuais, normalmente é possível fazer de 2 a 3 amostragens, começando aos 25-30 dias após o plantio e amostrando com um intervalo de tempo de 7-11 dias entre uma amostragem e outra, exceto quando de alguma suplementação foliar, em cujo caso o tempo deve ser contabilizado a partir do dia da aplicação e pode ser mais extenso por ventura da aplicação de nutrientes de absorção mais lenta, como o Fe, por exemplo.
Em culturas perenes, indica-se realizar 1 amostragem por mês, no período de maior atividade metabólica, que seria a primavera e o verão, ou seja, épocas quentes e sem déficit hídrico. Ressalva pode ser feita para os casos em que o cultivo é irrigado ou a região não possui déficit hídrico nem estação fria, nos quais se pode realizar amostragem foliar em qualquer época do ano.
Isso significa que estamos em plena época de amostragem! Você já fez a sua? Não perca tempo, examine sua lavoura e veja do que ela está com fome! Em muitos casos conseguimos até abrir mão da adubação de cobertura.
Uma palestra online sobre ANÁLISE FOLIAR está disponível no site da Laborsolo Laboratórios, através do link http://www.laborsolo.com.br/assistirvideos.asp?id=2 .
Procedimentos para amostragem foliar de diversas culturas estão disponíveis no link http://www.laborsolo.com.br/artigos.asp?id=178 .
A VittaCura – Saúde Vegetal, uma empresa do Grupo Laborsolo, possui a Diagnose Foliar como rotina nas suas consultorias e nos seu inovador programa de Agricultura de Precisão por Ponto Inteligente (APPI). Maiores informações no blog http://vittacura.blogspot.com .
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